Encontrar qualquer um pela primeira (e até uma segunda ou terceira) vez é muito complicado. Não sei o que fazer comigo mesma até o momento em que finalmente acontece. Será que o problema está em pensar demais a respeito? Qualquer coisa que se pense o bastante pode tornar-se totalmente esquisito e sem sentido. Bom, de qualquer forma, mesmo depois de mudar de roupa várias vezes, de me conferir no espelho insistentemente, me autoafirmando desprezível; mesmo assim eu sempre acabo indo — foda-se vai insegura mesmo.
Minhas experiências de “primeiras impressões” são bem diferentes mas igualmente assustadoras e tranquilas. Sempre há o alívio de finalmente ter acontecido aquilo que se esperava com tanta ansiedade. Entretanto, ao mesmo tempo, surgem novas angústias relacionadas a “tá, mas e agora, o que eu faço?” Acho que quanto mais me exponho a esse tipo de situação, menos me despertam tantas emoções intensas e mais me tornam, talvez, uma presença quase inconsciente. Isso seria um problema ou uma solução? O que me resta nesses momentos é me tranquilizar dizendo que provavelmente a outra pessoa se sente/sentiu assim também e/ou que nem tudo precisa ir rápido e com uma intensidade tão avassaladora. Será que eu quero algo assim no momento?
Mas se tem algo que aprendi com esses encontros foi que eles podem ser bem interessantes. Pode ser estranho mas eles acabam me retornando à confusão ou curiosidade que só as pessoas podem me proporcionar. Aquilo do qual sempre me interessei e que faziam meus olhos brilharem mas que perdi o encanto há um tempo. Será que o que me faltava em todos os outros encontros eram conexões emocionais? Será que estou me fechando demais para novas experiências e/ou conversas pontuais? Por que venho perdendo tanto meu propósito ou meu sentido? O que me falta para continuar vivendo os meus dias, a minha vida como eles e ela se apresentam? Talvez seja ainda muito difícil para mim me oferecer em presença e personalidade; como alguém completo. Tenho medo de gostarem de mim ou de não gostarem? Provavelmente a segunda opção, vamos ser sinceros. Mas me confundo porque tanto as boas quanto as más experiências causam algum grau de desconforto.
O Quarto é para onde vão todas as coisas; tudo nele entra, nada dele sai.